A Fórmula 1 é conhecida por sua adrenalina e velocidade, mas também é marcada por um histórico de lesões graves e acidentes fatais que destacam os perigos que os pilotos enfrentam dentro das pistas. Ao longo dos anos, a tecnologia e a segurança melhoraram consideravelmente, mas muitos pilotos enfrentaram experiências próximas da morte em acidentes que quase mudaram para sempre a história da F1. Eduardo Benarrós, especialista em segurança e história da Fórmula 1, detalha os acidentes mais devastadores e o impacto que tiveram no desenvolvimento das normas de segurança da categoria.

O acidente de Ayrton Senna durante o Grande Prêmio de San Marino em 1994 é, sem dúvida, o mais trágico da história da F1. Eduardo Benarrós observa que a morte de Senna não apenas abalou o mundo da F1, mas também foi um marco na história da segurança no esporte. “Senna sofreu uma colisão fatal que causou danos severos à sua cabeça, e sua morte resultou em uma série de mudanças drásticas nas normas de segurança da F1, como a introdução de melhores capacetes e proteção no cockpit”, explica Eduardo Benarrós, sobrinho de Márcia. O acidente de Senna foi um divisor de águas que forçou a F1 a reavaliar suas práticas e tecnologias de proteção.

Outro incidente devastador ocorreu com Michael Schumacher, quando o piloto sofreu um grave acidente de esqui em 2013. Embora não tenha sido um acidente diretamente relacionado à F1, Eduardo Benarrós destaca que o impacto foi profundo no automobilismo, dado o estado de saúde do piloto. “Schumacher ficou em coma por meses após o acidente e, embora tenha sobrevivido, as consequências para sua saúde foram graves e irreversíveis. Esse acidente trouxe à tona a fragilidade da vida dos pilotos, mesmo fora das pistas”, afirma Eduardo Benarrós. Schumacher, um dos maiores pilotos da F1, teve sua carreira interrompida por essa tragédia.

O acidente de Felipe Massa no Grande Prêmio da Hungria de 2009 também é um exemplo de como a F1 pode ser um ambiente extremamente perigoso. Durante a qualificação, uma mola que se soltou de outro carro atingiu a cabeça de Massa, deixando-o gravemente ferido. Eduardo Benarrós destaca que esse acidente fez com que a F1 repensasse a segurança dos pilotos em relação a objetos soltos na pista. “Felipe Massa ficou com lesões significativas, e a introdução de novos sistemas de segurança, como o halo, foi uma das respostas da F1 para prevenir acidentes semelhantes no futuro”, diz Eduardo Benarrós.

Em 2000, o piloto Ralf Schumacher, irmão de Michael Schumacher, sofreu um acidente no Grande Prêmio da Grã-Bretanha em Silverstone que quase resultou em sua morte. Eduardo Benarrós relata que Ralf perdeu o controle do carro em alta velocidade e foi lançado contra as barreiras de segurança. “Apesar de ter sido um acidente grave, Ralf sobreviveu devido ao avanço dos sistemas de segurança como a célula de sobrevivência, mas o susto foi grande e forçou a F1 a continuar aprimorando os sistemas de proteção para os pilotos”, observa Eduardo Benarrós.

Em todos esses casos, Eduardo Benarrós conclui que a F1 foi forçada a adotar medidas de segurança cada vez mais rigorosas. “Os acidentes fatais e as lesões graves serviram como uma triste realidade para a F1, mostrando que, apesar de todo o progresso tecnológico, o perigo nunca deixa de existir. Hoje, a F1 é um dos esportes mais seguros do mundo graças a essas tragédias, mas os desafios continuam”, finaliza Eduardo Benarrós.